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diamon diamon

Esta vaga China Chic abriu novas portas à ópera de Pequim, alargando a curiosidade sobre esta forma de arte a um público mais jovem. Se fazes parte deste grupo, prepara-te para a actuação da CNCOP em Macau e vive pessoalmente a experiência desta cativante expressão artística. Inicialmente chamada Teatro Chinês da Ópera de Pequim, a companhia foi fundada em 1955 por Mei Lanfang, o seu primeiro presidente. O espectáculo que em Dezembro subirá à cena conta com os veteranos e reconhecidos artistas líricos Yu Kuizhi e Li Shengsu: O primeiro é considerado no meio como o ‘grande actor laosheng (papel masculino mais velho)’e será familiar a alguns, e a segunda, que faz o papel dan principal (feminino), é uma herdeira da escola Mei (criada por Mei Lanfang). Os trabalhos co-liderados pelos dois artistas incluem Adeus, Minha Concubina e Fogoso Cavalo Vermelho.

A ópera de Pequim tem ganho visibilidade na televisão, em inúmeras novelas e programas de variedades. Por exemplo, na História do Palácio Yanxi, a mais célebre telenovela de 2018, a Consorte Gao, uma nobre apreciadora de ópera, interpretou A Concubina Real Embriagada, numa cena cuja estética permanece na memória de muitos. Por seu lado, a reconhecida actriz de ópera de Pequim Wang Peiyu apresentou recentemente See ‘Yu’ on Stage, um talk-show temático inspirado na ópera e que foi muito bem recebido pelo público jovem. Também Guo Xiaoqin, um importante criador de conteúdos para as plataformas Douyin e Bilibili, lançou inúmeros vídeos de curta duração desenvolvidos em torno da ópera de Pequim, e num deles, o mais popular, mostra como se veste uma jovem actriz gingyi, processo que foi visto mais de 300 milhões de vezes. Muitos outros produtos cruzados, integrando elementos da ópera pequinesa, estão disponíveis no mercado, tais como máscaras de beleza de alta qualidade, lançadas pela Companhia Nacional Chinesa de Ópera de Pequim (CNCOP), lúdicas e funcionais, cujo design é baseado nos quatro principais papéis: sheng (masculino), dan (feminino), jing (personagem masculina de cara pintada) e chou (palhaço). O jogo online Honour of Kings incluiu as ‘peles’ das personagens operáticas Xiang Yu e Consorte Yu, enquanto outro jogo, o Shinning Nikki lançou a personagem Mu Guiying em colaboração com a CNCOP.

Há mais de quatro anos que o conceito China Chic apareceu, e durante esse período de tempo muitas foram as áreas artísticas que integraram a singularidade estética e os elementos tradicionais chineses, elevando o nível de interesse das camadas mais jovens pela cultura tradicional chinesa. O que também observamos é que a tendência China Chic tem levado progressivamente as gerações mais novas a familiarizarem-se com diversos aspectos da ópera de Pequim. Tal como nós o fazemos neste artigo.

China Chic e
o tesouro
cultural chinês

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Lançado em 1993, o filme Adeus, Minha Concubina, realizado por Chen Kaige, fez da peça operática um tema conhecido. Este conto histórico também inspirou muitos outros filmes, telenovelas e trabalhos teatrais tais como a exuberante produção de dança O Cerco, coreografada por Yang Liping, e levada ao palco do CCM em 2019. A história de Adeus, minha Concubina, será familiar a muitos: Liu Bang, o imperador Han, combateu as tropas de Xiang Yu, o soberano do Estado Chu Ocidental, disputando o domínio do território. Quando Xiang se vê encurralado em Gaixia, a Consorte Yu, apercebendo-se claramente da difícil situação, suicida-se para retirar pressão emocional ao seu amado. Praticamente derrotado na batalha, envergonhado por ter de enfrentar os seus homens, Xiang acaba por também pôr termo à vida, degolando-se junto ao rio Wu. Quanto ao outro espectáculo, O Fogoso Cavalo Vermelho, trata-se de uma representação da história que decorre na dinastia Tang na altura em que Xue Pinggui e Wang Baochuan voltam a encontrar-se depois de um período de 18 anos sem contacto. Com a ajuda da princesa Daizhan, Xue conquista a cidade de Chang’na (antiga Xian) e autoproclama-se imperador. Xue Pinggui e O Fogoso Cavalo Vermelho são dois conhecidos trabalhos constantes dos repertórios de diversos géneros de ópera, incluindo o Ping e o Hebei Bangzi; em Taiwan, Xue Pinggui é a peça mais conhecida da ópera Gezi, um conto verdadeiramente popular. A história também foi adaptada ao cinema e a séries televisivas populares em toda a China, de Hong Kong a Macau, passando por Taiwan.  Os dois clássicos, Adeus, Minha Concubina e O Fogoso Cavalo Vermelho são espectáculos ideais tanto para os espectadores habituais como para o público estreante.

O icónico e premiado encenador Peter Brook, referiu-se certa vez ao teatro moderno como sendo “letal”, uma vez que a arte cénica se afastou gradualmente do público, por inúmeros motivos. Indo ao encontro da mesma linha de raciocínio, a ópera de Pequim, enquanto tesouro nacional, não deverá transformar-se numa peça de museus, mas pelo contrário ser revitalizada, tornando-se actual. Longe de ser obscura, esta tradição artística é genuína, esteticamente atractiva, comovente e lúdica. Adquire já o teu bilhete para um dos espectáculos e talvez te surpreendas ao descobrir o quão acessível é.  Esperamos ver esta arte, em tempos enraizada na cultura popular, transformar-se de novo em algo fixe, talvez como líder de uma nova onda China Chic.

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Há mais de quatro anos que o conceito China Chic apareceu, e durante esse período de tempo muitas foram as áreas artísticas que integraram a singularidade estética e os elementos tradicionais chineses, elevando o nível de interesse das camadas mais jovens pela cultura tradicional chinesa. O que também observamos é que a tendência China Chic tem levado progressivamente as gerações mais novas a familiarizarem-se com diversos aspectos da ópera de Pequim. Tal como nós o fazemos neste artigo.

China Chic e
o tesouro
cultural chinês

Esta vaga China Chic abriu novas portas à ópera de Pequim, alargando a curiosidade sobre esta forma de arte a um público mais jovem. Se fazes parte deste grupo, prepara-te para a actuação da CNCOP em Macau e vive pessoalmente a experiência desta cativante expressão artística. Inicialmente chamada Teatro Chinês da Ópera de Pequim, a companhia foi fundada em 1955 por Mei Lanfang, o seu primeiro presidente. O espectáculo que em Dezembro subirá à cena conta com os veteranos e reconhecidos artistas líricos Yu Kuizhi e Li Shengsu: O primeiro é considerado no meio como o ‘grande actor laosheng (papel masculino mais velho)’e será familiar a alguns, e a segunda, que faz o papel dan principal (feminino), é uma herdeira da escola Mei (criada por Mei Lanfang). Os trabalhos co-liderados pelos dois artistas incluem Adeus, Minha Concubina e Fogoso Cavalo Vermelho.

Lançado em 1993, o filme Adeus, Minha Concubina, realizado por Chen Kaige, fez da peça operática um tema conhecido. Este conto histórico também inspirou muitos outros filmes, telenovelas e trabalhos teatrais tais como a exuberante produção de dança O Cerco, coreografada por Yang Liping, e levada ao palco do CCM em 2019. A história de Adeus, minha Concubina, será familiar a muitos: Liu Bang, o imperador Han, combateu as tropas de Xiang Yu, o soberano do Estado Chu Ocidental, disputando o domínio do território. Quando Xiang se vê encurralado em Gaixia, a Consorte Yu, apercebendo-se claramente da difícil situação, suicida-se para retirar pressão emocional ao seu amado. Praticamente derrotado na batalha, envergonhado por ter de enfrentar os seus homens, Xiang acaba por também pôr termo à vida, degolando-se junto ao rio Wu. Quanto ao outro espectáculo, O Fogoso Cavalo Vermelho, trata-se de uma representação da história que decorre na dinastia Tang na altura em que Xue Pinggui e Wang Baochuan voltam a encontrar-se depois de um período de 18 anos sem contacto. Com a ajuda da princesa Daizhan, Xue conquista a cidade de Chang’na (antiga Xian) e autoproclama-se imperador. Xue Pinggui e O Fogoso Cavalo Vermelho são dois conhecidos trabalhos constantes dos repertórios de diversos géneros de ópera, incluindo o Ping e o Hebei Bangzi; em Taiwan, Xue Pinggui é a peça mais conhecida da ópera Gezi, um conto verdadeiramente popular. A história também foi adaptada ao cinema e a séries televisivas populares em toda a China, de Hong Kong a Macau, passando por Taiwan.  Os dois clássicos, Adeus, Minha Concubina e O Fogoso Cavalo Vermelho são espectáculos ideais tanto para os espectadores habituais como para o público estreante.

O icónico e premiado encenador Peter Brook, referiu-se certa vez ao teatro moderno como sendo “letal”, uma vez que a arte cénica se afastou gradualmente do público, por inúmeros motivos. Indo ao encontro da mesma linha de raciocínio, a ópera de Pequim, enquanto tesouro nacional, não deverá transformar-se numa peça de museus, mas pelo contrário ser revitalizada, tornando-se actual. Longe de ser obscura, esta tradição artística é genuína, esteticamente atractiva, comovente e lúdica. Adquire já o teu bilhete para um dos espectáculos e talvez te surpreendas ao descobrir o quão acessível é.  Esperamos ver esta arte, em tempos enraizada na cultura popular, transformar-se de novo em algo fixe, talvez como líder de uma nova onda China Chic.

A ópera de Pequim tem ganho visibilidade na televisão, em inúmeras novelas e programas de variedades. Por exemplo, na História do Palácio Yanxi, a mais célebre telenovela de 2018, a Consorte Gao, uma nobre apreciadora de ópera, interpretou A Concubina Real Embriagada, numa cena cuja estética permanece na memória de muitos. Por seu lado, a reconhecida actriz de ópera de Pequim Wang Peiyu apresentou recentemente See ‘Yu’ on Stage, um talk-show temático inspirado na ópera e que foi muito bem recebido pelo público jovem. Também Guo Xiaoqin, um importante criador de conteúdos para as plataformas Douyin e Bilibili, lançou inúmeros vídeos de curta duração desenvolvidos em torno da ópera de Pequim, e num deles, o mais popular, mostra como se veste uma jovem actriz gingyi, processo que foi visto mais de 300 milhões de vezes. Muitos outros produtos cruzados, integrando elementos da ópera pequinesa, estão disponíveis no mercado, tais como máscaras de beleza de alta qualidade, lançadas pela Companhia Nacional Chinesa de Ópera de Pequim (CNCOP), lúdicas e funcionais, cujo design é baseado nos quatro principais papéis: sheng (masculino), dan (feminino), jing (personagem masculina de cara pintada) e chou (palhaço). O jogo online Honour of Kings incluiu as ‘peles’ das personagens operáticas Xiang Yu e Consorte Yu, enquanto outro jogo, o Shinning Nikki lançou a personagem Mu Guiying em colaboração com a CNCOP.

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